A navegação marítima sempre foi e, ainda é, fator determinante na evolução das sociedades, impulsionando o comércio, a cultura a troca de saberes e, principalmente a macroeconomia mundial. Quando falamos das rotas marítimas das especiarias das Índias, viajamos ao início da Era das Descobertas, entre os séculos XV e XVI, período em que o transporte de mercadorias se tornou um grande impulsionador de inovações tecnológicas – entre elas, o seguro.
As Grandes Rotas Marítimas e o Desafio dos Oceanos
Como acesso via rotas terrestres tradicionais para o Oriente eram muito demoradas, caras e potencialmente perigosas, as potências europeias buscaram pela via marítima a tão desejada pimenta, canela, noz-moscada e outros tesouros do Oriente. Portugal, pioneiro nesse contexto, abriu o caminho para Índia contornando a África, liderado por figuras como Vasco da Gama. Embarcações como as naus e caravelas eram o ápice tecnológico da época:
- Caravelas: embarcações leves, com capacidade para 50 a 80 toneladas, tripulação média de 20 a 30 homens. Ágeis, eram usadas em explorações próximas à costa e reconhecimento de novas rotas.
- Naus: maiores, robustas, com capacidade de até 250 toneladas, tripulação de 100 a 200 homens. As naus eram os grandes “caminhões do mar”, capazes de transportar volumosas cargas de especiarias.
As viagens à Índia, por exemplo, levavam entre 6 meses a 1 ano, enfrentando tempestades, pirataria e naufrágios, além disso doenças como o escorbuto (carência de vitamina C) eram comuns entre a tripulação . O risco era parte constante do negócio.
Os Primeiros Contratos de Seguro: Protegendo o Investimento (e a Vida)
O altíssimo custo e risco dessas viagens motivou o surgimento dos primeiros contratos de seguro marítimo na Itália dos séculos XIV e XV, particularmente nas cidades de Gênova e Veneza. Comerciantes, armadores e investidores buscavam formas de proteger seus capitais das perdas catastróficas.
- Como Funcionava: O proprietário do navio e/ou da carga negociava um contrato com um grupo de “garantidores” (proto-seguradoras) que, mediante o pagamento de um prêmio, se comprometeriam a indenizar possíveis perdas por naufrágio, roubo ou pirataria.
- Primeiras Seguradoras: Companhias de seguros foram fundadas primeiramente em Gênova (1347) e Florença, e, em seguida, na Inglaterra – principalmente em Londres, onde Lloyd’s of London tornou-se, séculos depois, referência mundial.
- Riscos Segurados: Incêndio, naufrágio, sequestro ou captura (pirataria), avarias nas mercadorias e até o desaparecimento da embarcação eram contemplados nesses contratos.
O Seguro Marítimo: Berço do Seguro Moderno
A modalidade de seguro de transportes, inaugurada justamente pela necessidade de proteger embarcações e cargas, foi o embrião do seguro como conhecemos hoje. As bases, como a mutualização dos riscos e o cálculo estatístico dos prêmios, permanecem na essência dos contratos digitais atualmente contratados via apps em questão de minutos.
Com o avanço da tecnologia e a diversificação dos modais de transporte – rodoviário, aéreo, ferroviário –, o seguro de transportes passou a abranger toda a cadeia logística, protegendo mercadorias em trânsito globalmente.
A Luber Corretora e o Futuro do Seguro de Transportes
Se antes as contratações se faziam em mesas de taverna ou em pregões marítimos com caneta e papel, hoje contamos com tecnologia, expertise e uma rede global de parceiros. A Luber Corretora, entendendo o peso dessa herança histórica, está pronta para administrar, gerir e mitigar qualquer risco na movimentação das mais variadas mercadorias, como os antigos mercadores dos mares, porém com inteligência, customização e agilidade proporcionadas pela inovação.
Nosso papel é ser o elo de confiança entre o cliente e o mercado segurador, com a convicção de que “um cliente Luber não deixa de carregar por falta de seguro”.
